quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Conto 4 - Criaturas da Noite

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Conto: Criaturas Da Noite 
Autora: Louise Duarte
Classificação: R
Disclaimer: Esses personagens e história pertencem a mim, não publique o conto sem autorização prévia ou créditos necessários.

Rio de Janeiro, Junho de 2010

Meia Noite
Luisa e Carlos estavam em São Cristovão em uma estação do Metrô carioca, usando roupas de frio devido ao tempo ter virado novamente. Eles faziam anotações anotando tudo o que podiam sobre o que havia acontecido. O lugar estava lotado de gente. Desde repórteres até policiais, IML, detetives e testemunhas.

Mas o que aconteceu? Luisa se perguntava. Ela ainda não entendia até agora e nem mesmo os policiais. Um dos carros pertencentes ao metrô foi atacado por algum animal selvagem. Ou melhor, mais de uma criatura selvagem. O que quer que tenha matado aquelas pessoas não pode ter sido só um animal. Todas as vítimas que haviam pego o metrô naquela noite fria, jamais chegaram em casa.

Luisa estava feliz por aquela noite não ser outra noite em que teria que ser sabatinada sobre feitiços e poções e poderia ter uma noite quase normal trabalhando ao lado de seu namorado e parceiro, Carlos.

- Então, alguma pista detetive Oliver? – Luisa pergunta enquanto Carlos continuava a fazer anotações.

- Bom, não muitas senhorita Lima. Somente que foi mais de um animal que fez esse estrago. Não posso entrar em detalhes, mas esse é o 5º ataque a um trem ou carro de metrô nessa semana.

- Nós lemos a respeito. – Carlos interrompe checando suas anotações. – Antes disso ainda tiveram em São Paulo, Porto Alegre, Paraná... Sem contar em cidades fora do Brasil como Londres, Escócia e Estados Unidos certo?

- Sim. – O detetive coça a cabeça meio confuso. – Mas não acho que os crimes estejam ligados. Quer dizer. Por que algum animal viajaria de tão longe para atacar a população brasileira quando a carne estrangeira é tão melhor? Não faz muito sentido não é mesmo? – Ele ironiza.

 Luisa revira os olhos quanto à ignorância do detetive. Outro cético ela notou. Bom, ela não deveria reclamar muito já que ela era cética até bem pouco tempo. Antes de descobrir que era uma bruxa, quando tudo mudou e sua visão cínica do mundo foi para o espaço. Agora ela praticava bruxaria, fazia poções, recitava feitiços e até voava.

- Gente, sem querer ser meio óbvia, mas quem cometeu esses crimes leu muito Agatha Christie. Perceberam que tem um padrão? Trens, metrôs? – Luisa diz com ar de superioridade. – Eu não vou ficar nada surpresa se colocarem hotéis ou navios em breve...

- Luisa... – Carlos tenta interrompe-la, mas Luisa tinha certeza do que falava.

- Eu falo sério, Carlos. Das duas uma. Ou o assassino é mesmo fã desse tipo de ficção... Ou eles vieram da Europa mesmo.

- Isso é tudo? – Detetive Oliver quer saber. – Eu preciso voltar para a delegacia.

- Por enquanto sim, detetive. Obrigada. – Luisa agradece enquanto guardava o bloco de notas na bolsa.

-E agora o que faremos? – Carlos pergunta antes de notar o celular de Luisa vibrando. Ele nota o nome de “Lucas” piscando no visor antes de Luisa atender.

- O que você quer, Lucas? Eu estou trabalhando. – Luisa diz meio sem paciência.

- Descobriram alguma coisa? – Lucas, irmão gêmeo de Luisa pergunta curioso.

- Só o que já sabíamos. Tem alguém ou alguma coisa fazendo vitimas por aqui.

- Isso é muito estranho... – Lucas diz encucado.

- Sim, é... – Luisa concorda. – Mais ainda do que estamos acostumados.

- Você ainda não viu nada, mana. Depois que estivermos com todo o nosso poder, as forças do mal vão começar a emergir com força total. É por isso que precisamos estar preparados.

- Quer dizer, que pode piorar? Pior do que isso? Eu não sei se quero ver mais disso... É muito nojento... E assustador.

- Eu sei, mana. Mas está no nosso sangue proteger os humanos. E parece que esqueceram o Brasil nas últimas décadas. Não tem nenhuma Liga de Super heróis ou Bruxas por aqui. Essa é uma das razões da nossa família ter se fincado aqui.

- Você está gozando com a minha cara não é, Luc? Isso não é hora para brincadeira.

- Tá, eu confesso. A parte de super heróis, foi gozação. Mas isso é sério mana. As forças do mal estão se unindo e estão querendo destruir as forças do bem. Nós precisamos estar preparados.

- Ai, Lucas. Está bem. Você já está repetindo o mesmo diálogo desde que essa loucura começou. Precisamos estar preparados. Já entendi essa parte. Quando vai começar o nosso treinamento mesmo?

- Essa sexta feira. A meia noite. Então não se esqueça mana. – Lucas diz finalmente antes de desligar o telefone.

- Ele é tão dramático de vez em quando. – Luisa diz balançando a cabeça. – Bom, não tem mais nada para fazer aqui. Que tal se formos para casa? Eu estou exausta e minha cama me espera.

- Eu acho uma ótima idéia... – Carlos diz beijando os lábios da namorada antes deles saírem do local, abraçados.

***
Ainda no mesmo local, duas figuras sombrias saem das sombras se revelando, mas sem serem notados por Luisa ou Carlos que já haviam deixado o local. Kate Austen e Ewan Carmichael lambiam os lábios de maneira maliciosa. Kate ainda tinha sangue em seus lábios enquanto que Ewan finalmente havia conseguido trocar de roupa depois de rasgar as suas. Era a mesma coisa todo mês durante a lua cheia.

Desde que deixaram a Escócia juntos, eles viajaram pela Europa e América espalhando terror pelas cidades por onde estiveram. Eles até chegaram a ficar hospedados por alguns meses em um subúrbio americano, mas quando garotas adolescentes começaram a aparecerem mortas no bairro  nas noites em que Ewan sumia durante as noites de Lua Cheia, Ewan e Kate acharam que era melhor acharem um lugar melhor. E o Brasil parecia à escolha certa.

Eles escolheram o bairro do Recreio dos Bandeirantes por conta das conexões de Kate. Ela tinha uns conhecidos que alugaram uma mansão bem distante no bairro e assim não seriam importunados por ninguém. A mansão era grande, acolhedora, com muitos quartos e uma piscina, além de uma adega no porão. Lugar perfeito para trazer os “lanchinhos” de Kate. E depois se livrar deles por lá mesmo.

- Dá para próxima vez deixa um pouco para mim. – Kate reclamava. – Era difícil dividir as “refeições” com Ewan quando eles atacavam o mesmo trem ou metrô. Especialmente já que parecia que a fome de Ewan em sua forma de lobisomem era mil vezes maior do que quando Kate estava vampirizada. – Eu ainda estou faminta.

- Não se preocupe minha querida. – Ewan dizia de maneira sedutora. – Tenho certeza de que vamos encontrar algo para satisfazê-la pelo caminho.

- Mas eu não quero um petisco. Eu quero um banquete. E pra variar você me roubou outro. Eu estou começando a achar que essa parceria nossa não vai dar muito certo se você continuar  roubando minhas refeições.

- Kate... Boneca. Eu lhe prometi um banquete. E você vai ter um banquete... – Ewan diz lhe arrebatando um beijo de tirar o fôlego, mesmo que ela não respirasse mais. – Eu tenho uma surpresa para você em casa.

-Surpresa? – Kate pergunta confusa... – Do que é que você está falando?

-Aquele seu amigo vampiro... Philip. O mesmo que alugou a mansão para gente. Bom, ele conseguiu algumas vitimas para você saborear. Elas serão entregues mais tarde...

Kate olha para Ewan com um sorriso antes de lamber os lábios. Seus caninos pontiagudos aparecem antes dela puxar ele para um beijo.

- Então vamos logo porque eu estou faminta...

-Viu? A nossa parceria continua dando certo. Eu cuido de você da mesma maneira que você cuida de mim.

- Eu só gostaria que você me deixasse morder uns pescocinhos masculinos de vez em quando. – Kate reclama.

- De jeito nenhum. Eu sou o único quem você vai morder... – Ewan diz de maneira zangada. – Eu sou muito possessivo em relação a quem eu gosto.

Kate dá de ombros enquanto eles pegavam o carro que haviam alugado. Ewan dá a partida enquanto eles se dirigiam de volta para casa, onde Kate finalmente iria poder ter o seu tão esperado banquete sem perceberem que eram observados por um par de olhos castanhos.

***
Um jovem de cabelos negros, sobrancelhas grossas e olhar desafiador os observava com ódio nos olhos. Chris  Mckay, que segurava uma espingarda, os observava e os vem  seguindo desde a  Escócia, quando eles ficaram juntos pela primeira vez, embora estivesse seguindo Kate desde Londres. Ele era um jovem caçador de monstros e pretendia acabar com os dois. Especialmente Kate que assassinou toda a família de Chris, e agora ele pretendia finalmente fazer justiça pela sua perda. Em breve tudo aquilo ia acabar e ele finalmente poderia estar livre para viver uma vida normal.

Mas não agora... Agora ele tinha um trabalho para terminar...

FIM

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