sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Conto 3: Instinto Animal



Conto: Instinto Animal
Autora: Louise Duarte
Classificação: R
Disclaimer: Esses personagens e história pertencem a mim, não publique o conto sem autorização prévia ou créditos necessários.

Londres 2010

Kate Austen olhava a névoa da janela de seu compartimento de trem em que viajava para Edimburgo na Escócia. Ela tinha o olhar perdido e pensativo. O mesmo olhar que muitas vezes a deixava desolada pelo tipo de vida que ela levava há quase trezentos e dez anos como uma imortal. Quando se tornou vampira pela primeira vez.

Mas às vezes até vampiros ficam solitários, especialmente vampiros. E com ela não era diferente. Ela tinha cabelos ruivos caídos em ondas, olhos esverdeados, corpo voluptuoso e muita sede de sangue. Ela também era culta, irônica, doce quando queria e o principal de tudo, muito perigosa.

Ela esperava anoitecer para poder finamente atacar antes que o trem chegasse a Edimburgo o que aconteceria nas próximas duas horas restantes da viagem. Ela olha impaciente para o relógio do seu celular, se controlando pelo fato de o quanto ela estava faminta. Ela precisa comer algo… ou melhor, alguém urgente.

A jovem inglesa esperava no vagão-restaurante a noite chegar. Seus olhos verdes começavam a ficar amarelos devido a sua transformação como vampira, mas antes que ela pudesse se transformar por completo é interrompida. Um homem loiro, com sorriso luminoso, covinhas e olhos azuis a interrompe, fazendo seus olhos voltarem ao normal. Ele também era bonito e parecia a presa perfeita.

-      - Com licença. – Ele diz educadamente. – Mas tem alguém sentado aqui? – Ele pergunta ao que Kate nota seu sotaque escocês.

-     -  Não. Pode se sentar. – Ela diz com um sorriso sedutor.

-      - Obrigado. Eu não esperava que o trem fosse encher tanto. Meu nome é Ewan Carmichael. – Ele explica enquanto eles trocam um cumprimento.

-     -  Kate. – Ela balança a cabeça analisando ele de cima abaixo, observando cuidadosamente sua próxima vítima. – Então, você está indo para a Escócia também?

-      - Sim. Minha família é de lá. E você?

-     -  Eu tenho negócios a tratar lá. É um caso de vida ou morte. – Kate diz sarcasticamente, lambendo os lábios maliciosamente.

-      - Eu entendo.

 Eles ficam em silêncio por um tempo até servirem o jantar. Ewan nota Kate olhando a janela novamente. Notando a lua cheia se formar no céu. Ele olha preocupado e pega um vidro de comprimidos do bolso de sua jaqueta de couro. Ele abre apressadamente e toma dois. Kate olha para ele desconfiada, franzindo o cenho.

-      - Algum problema?

-      - Não, eu só não gosto muito de viagens à noite. – Ewan explica sem convencer muito sua colega de vagão. –Kate olha para ele quase com pena de ter que matá-lo. Ele era muito bonito e atraente, talvez ela devesse aproveitar um pouco antes de “devorá-lo”

-      - Tudo bem. Você tem lugar para ficar Ewan? Ou vai ficar com a sua família?

-      - Na verdade, eles estão viajando e só chegam no Domingo. E como hoje ainda é quinta feira, eu vou ficar em um hotel até lá.  Por quê?

-      - Eu já tenho um quarto reservado no hotel McDougal’s. Se você quiser se juntar a mim. – Ela oferece sorrindo inocentemente.

- Ewan olha para ela claramente fazendo a mesma checagem que ele fez nela. Ele abre aquele sorriso sedutor, claramente mais relaxado e menos nervoso do que antes.

-      - Eu adoraria. – Ele olha a janela vendo a lua se formar e depois para o seu relógio. – Mas antes eu preciso dar um telefonema. Eu te encontro mais tarde na saida, está bem?

-      - Fechado. Nos encontramos na saída então…

Quarenta minutos depois porém, as luzes do trem começam a falhar até o trem ficar completamente no escuro. Os passageiros começam a gritar desesperados e ouvem um rosnado de um animal selvagem além de passos. Quando as luzes voltam, Kate abre os olhos surpresa com o que via. Alguém lhe passara a perna.

Metade dos passageiros estavam mortos e havia sangue por toda a parte. Havia outro vampiro no trem. Embora ela não tivesse mais certeza se era um vampiro mesmo. A lua cheia e os rosnados que ouvira dava a clara impressão de ter um lobisomem por perto. E ela tinha uma clara desconfiança de quem poderia ser esse lobisomem.

Irritada e ainda com fome por não ter tido a oportunidade de ter feito seu “lanchinho”, Kate salta do trem depois de dar seu depoimento a polícia escocesa, colocando um pouco de teatralidade em seu depoimento, com uma cena misturando choro, desespero e um desmaio, até eles a liberarem.

Ela espera por uma hora até se cansar. Ela acertou na mosca. Ewan era o lobisomem que atacou o trem e agora ela tinha certeza disso. Ele não iria aparecer tão cedo. Cansada e faminta ela caminha pelas ruas de Edimburgo, morde alguns pescocinhos pelo caminho já que ainda estava faminta, antes de pegar um táxi até o hotel onde ela ia ficar hospedada.

***

No dia seguinte, para a sua surpresa, ela ouve batidas na porta do quarto onde estava. Ainda meio sonolenta, ela abre a porta e se depara com Ewan, usando roupas surradas e rasgadas, carregando sua mala em uma das mãos, fumando um cigarro, parecendo completamente diferente do homem que conhecera no dia anterior. Sua teoria fazia sentido, Ewan era mesmo o lobisomem.

-Ewan? – Kate diz surpresa e atraída por ele ao mesmo tempo. Mais do que da primeira vez. Antes ela queria usá-lo somente como um petisco, uma entrada e nada mais. Agora, ele tinha aquele visual sexy, de bad boy selvagem que a atraia tanto desde que virara uma vampira. – O que aconteceu com você?

 -Ora, Kate. Não precisa fazer o seu teatrinho comigo. Você sabe o que aconteceu comigo. Eu sei o seu segredo e você sabe o meu. Eu pude sentir o seu cheiro no momento em que sentei com você na mesa do vagão-restaurante. Eu conheço bem o cheiro de um vampiro quando o sinto.

-    - Está bem. Eu sei do seu segredo e ainda estou irritada pelo fato de você ter roubado o meu banquete. Eu estava planejando atacar aquele trem. Tem um motivo para eu odiar lobisomens.

-   - Eu podia dizer o mesmo de vampiros.

Eles trocam um olhar irritado um para o outro claramente sentindo a forte tensão sexual que invadia o lugar. Eles sentiam desejo um pelo outro e não podiam ignorar seus instintos. Por mais que eles quisessem negar que não no momento.

Os olhos de Kate ficam amarelados novamente, e seus caninos crescem quando ela rosna para Ewan, ele instintivamente começa a crescer, ficando mais peludo ao mesmo tempo que seus caninos também ficam grandes e seus olhos também ficam amarelos. Eles lutam quebrando coisas pelo caminho até chegarem à cama. Kate nota que Ewan deveria já estar nessa condição há bastante tempo, pois estava lentamente voltando a sua forma humana, para a sua surpresa.

Ele a puxa para um beijo ardente, faminto se jogando na cama com ela, onde eles cedem a seus desejos carnais de maneira violenta ao que se livram de suas roupas. Kate ainda estava com seus caninos expostos e mordia o pescoço de seu amante para poder marcar território sobre o corpo dele. Depois de um urro, ele finalmente cede à mordida.

Eles passam o dia trancados no quarto até anoitecer, Kate acorda notando que já era noite percebendo as escoriações nos corpos deles. Enquanto seu corpo estava todo arranhando, o dele estava todo cheio de mordidas. Ela também nota Ewan começando a se vestir novamente. Kate olha para ele com um olhar entristecido.

-      - Já vai tão cedo?

-      - Sim. Lua cheia. Sabe como é. Mas eu volto pela manhã.

-      - Eu achei que você pudesse controlar o lobo.

-      - E posso durante o dia. De noite é mais complicado. Eu preciso ficar longe de tudo e todos para poder, deixar o lobo se libertar.

-      - Eu não sou qualquer uma, Ewan. Eu sou uma vampira. Eu tenho trezentos e dez anos de experiência.

-      - Trezentos e dez? – Ewan não consegue evitar, mas dá uma risada. – Eu sempre gostei de mulheres mais velhas, mas nunca imaginei que você fosse assim tão velha. Eu te daria no minimo uns trinta.

-      - Eu morri com vinte e oito, mas obrigada... Eu acho... – Ela comenta entediada. -  E você, qual é a sua idade?

-      - Trinta e Dois.

-      - O ponto é... Você não precisa fazer mais nada sozinho. Eu estou aqui agora e se você quiser, podemos caçar juntos. Seria até divertido agora que estou pensando no assunto.

-      - Eu achei que você odiasse lobisomens.

-      - E odeio. Mas você não é assim tão desprezível quanto os que eu conheci nas minhas viagens pelo mundo. Então, o que você acha da minha proposta? Parceiros?

Ewan olha para ela, acende um cigarro, tentando ganhar tempo pois ainda não sabia o que responder. Ela tinha uma certa razão, e se ela era muito mais experiente do que ele, fazia até sentido eles ficarem juntos nessa.

-      - Parceiros. – Ewan responde, trazendo-a para outro beijo faminto.

-      - Mas eu tenho uma condição. – Kate se separa dele fazendo ele rolar os olhos.

-      - Eu sabia que devia ter uma pegadinha. Qual é a condição Kate?

-      - Se você me roubar outro banquete, eu juro que te mato. E eu falo sério!

O escocês dá um sorriso antes de começar a rir. Ele a puxa para outro beijo selando o acordo.

- Acho que teremos que trabalhar nesse aspecto do nosso relacionamento. Mas tudo bem, eu concordo.

FIM

Conto 2 - Piquenique nas Estrelas




Piquenique nas estrelas

Por Louise Duarte      

Luisa e Carlos sobrevoavam o Rio de Janeiro em uma noite estrelada típica de verão. Aliás, um verão calorento demais para o gosto de Luisa. Desde que começou a controlar melhor seus poderes de bruxa, ela andou treinando diferentes tipos de magia que incluíam a arte do voo, não muito fácil para aprendizes de bruxos como sua avó Patricia sempre frisava ao mencionar os netos, Luisa e seu irmão gêmeo Lucas.

De qualquer jeito, Luisa havia começado a treinar seus poderes desde que finalmente decidiu aceitar seu destino. Ela era mesmo uma bruxa e não tinha como escapar. Está em seu DNA assim como ser repórter. Eram duas coisas de que ela não poderia fugir.

Apesar de seus poderes estarem se desenvolvendo muito rápido, talvez pelo fato de Luisa estar se dedicando aos estudos mágicos, e lendo bastante o livro das sombras da família Lima. Mas ela não esperava que fosse conseguir ter controle sobre as forças da natureza também. Ou melhor, falta de controle porque por enquanto ela teve alguns acidentes relacionados aos quatro elementos da natureza: água, ar, terra e fogo.

Naquela típica noite de verão carioca, Luisa achou que fosse uma boa ideia levar seu namorado Carlos para um jantar romântico que ela improvisou para ele no terraço do prédio do jornal onde ambos trabalhavam como repórteres, o Noticias Globais. A noite estava perfeita, o céu estrelado apesar do calor. Só faltaria uma lua cheia azul para completar a noite. Mas isso ela poderia providenciar mais tarde.

- Uma moeda pelos seus pensamentos – Carlos interrompe notando como a namorada estava pensativa.

- É só isso que eles valem para você? – Luisa provoca fazendo beicinho. – Poxa....

- Você sabe que não, Lu. Mas é que você ficou tão quieta de repente. Sem contar que essa sua surpresa onde eu me encontro sobrevoando a cidade, de olhos vendados... Eu estou meio apavorado aqui. E você ainda fica silenciosa por um momento. Então, por favor, me esclareça o que está acontecendo querida.

- Não está acontecendo nada, Carlos. Nós já estamos chegando. E se eu te contar vai estragar a surpresa. Só confie em mim está bem?

- Eu sempre vou confiar em você, Lu. Aliás, a noite de hoje só prova como eu confio em você cegamente. Literalmente. Mas eu te conheço. Eu sei que você aprontou alguma.

- Você pode ler mentes? – Luisa provoca com um sorriso sacana que obviamente Carlos não poderia ver, mas que ele poderia identificar em seu tom de voz mesmo sem ver seu rosto. Era assim o relacionamento deles. Eles podiam ver o sorriso um do outro sem precisar ver o rosto do parceiro. Eles conseguiam ler suas expressões faciais e saber que tinha algo errado ou o que o outro pensava. E isso às vezes era muito perigoso, especialmente para Luisa que sempre se metia em enrascadas por conta do seu faro jornalístico. Mesmo com a ajuda dos seus poderes, até ela conseguir controlá-los, eles tem atrapalhado mais do que ajudado.
De repente, Carlos sente eles aterrissando em algo firme e duro. Ele dá um suspiro aliviado sabendo que eles deviam ter chegado. Ele sorri, enquanto tentava desamarrar o nó que Luisa havia feito na venda que estava em seus olhos.

- Posso ver agora?

- Agora você pode – Luisa diz disfarçando um risinho.

Assim que Carlos tira a venda, ele se surpreende ao notar que eles estavam no terraço do prédio do Noticias Globais. Havia uma toalha quadriculada de piquenique estendida no chão, além de duas tulipas e uma garrafa de champanhe.

Luisa olha seriamente para Carlos. Ela estava tensa. Geralmente era Carlos quem fazia os gestos românticos como surpresas e jantares à luz de velas além de noites especiais em seus apartamentos. Mas naquela noite, ela queria surpreende-lo. Queria agradecer por ele ser um homem tão paciente nos últimos meses quando ela descobriu que era uma bruxa e virou sua vida de ponta cabeça, trazendo ele junto às loucuras da família dela. Com poções, práticas de poderes e tudo mais. Ela queria dizer o quanto o amava e era agradecida por tê-lo em sua vida.

Carlos abre os olhos e fica sério por um momento. Ele olha o ambiente em volta e nota a toalha de piquenique, antes de abrir um largo sorriso. Ele empurra os óculos que haviam caído para a ponta do nariz novamente e dá um beijo nos lábios da amada.

- Eu amei.

- Sério? – Luisa pergunta ainda meio desconfiada enquanto eles se sentavam e Carlos começava a encher as tulipas de champanhe.

- Sério, Lu. Apesar de que não precisava nada disso. Uma noite com você na redação ou em casa já era suficiente para mim.

- Eu sei, querido. Mas é que você tem sido tão paciente. E eu queria agradecer por tudo isso. Na verdade, a noite precisava ser perfeita, mas infelizmente eu olhei errado no meu calendário Lunar. A Lua cheia era só para daqui a duas semanas e.... Espera ai! Ai, como eu sou burra!
- O que você quer dizer com isso, Lu? – Carlos indaga entendendo muito bem o que Luisa queria dizer com aquilo e já ficando preocupado com aquele olhar que ela exibia além de um sorriso malicioso. – Ah não! Droga!

- Não se preocupe, Carlos. Eu garanto que vai dar tudo certo! É só um feitiçozinho... Nada muito grande. Aí sim, nossa noite vai ficar perfeita.

- Não sei, não Luisa – Carlos sempre a chamava  pelo nome completo quando ficava preocupado com suas táticas. E elas quase nunca davam certo. Na verdade, esse era um dos fatores em comum entre Luisa e seu irmão gêmeo Lucas. Eles nunca mediam conseqüências antes de realizarem os atos quase sempre insanos.

- Confie em mim, querido! – Luisa se levantou, olhou para o céu notando como a noite ainda estava estrelada. Ela olhou fixamente para as nuvens se concentrando no que pretendia fazer. Carlos, bebe um gole do champanhe já nervoso pelo que poderia acontecer. Ele nota as luzes acesas no resto do quarteirão e nos outros prédios. De repente um raio cai no terraço quase acertando, Luisa que consegue desviar dele. Carlos finalmente nota uma lua cheia azul crescendo no céu, fazendo com que algumas estrelas fossem desaparecendo. Luisa dá um sorriso triunfante antes de se sentar novamente na toalha estendida e tomar um gole da bebida.

- Viu? Eu te disse que nada ruim ia acontecer! – Luisa diz presunçosa antes de acontecer o que Carlos previa. Eles notam a rua toda perdendo energia simultaneamente até a cidade ficar completamente às escuras.

Apesar do escuro, Luisa sabia que aquilo era culpa dela e que Carlos a estava olhando com um olhar de reprovação.

- Opa! – Ela diz antes de notar seu celular tocando. Era Lucas e ela sabia que vinha mais sermão pela frente.

- Alô? – Luisa pergunta antes de ouvir a voz zangada do irmão, o que era muito difícil. Lucas quase não se irritava, há não ser quando Luisa fazia alguma besteira e isso raramente acontecia, especialmente pelo fato de que normalmente Luisa era a irmã responsável da dupla.

- Luisa, o que é que você fez dessa vez? – Lucas gritava do outro lado da linha. – Você conseguiu criar um apagão no país inteiro.

- Ei, isso é muito injusto. Como você sabe que fui eu? – Luisa pergunta na defensiva mesmo sabendo que realmente havia sido culpa dela.

- Porque você criou outros pequenos apagões antes disso, lembra maninha? Eu quero saber o que você fez especificamente dessa vez, Lu.

Luisa dá um suspiro frustrada – Ahn, eu usei magia para fazer uma lua cheia aparecer no céu. Nada demais. Até o Jim Carey fez algo pior naquele filme.

- O Jim Carey não usou magia, Lu! E quantas vezes eu tenho que repetir que usar seus poderes é uma coisa. Usar seus poderes para proveito próprio é outra, mas mexer com as forças da natureza para proveito próprio é algo que não dura muito tempo sem conseqüências. E a Mãe Natureza tem seu próprio jeito de nos mostrar isso como você pode ver. Depois, você quer piorar o aquecimento global?

- Não brinca. – Luisa diz sarcasticamente. – Está bem, Lucas. Seu recado foi dado. Não vou mais mexer com a Mãe Natureza sem necessidade. E obviamente eu preciso estudar mais aquele capitulo do nosso Livro das Sombras sobre os quatro elementos.

- Boa garota! – Lucas diz em tom de sarcasmo antes de desligar o telefone. Luisa dá um suspiro frustrado antes de se sentar ao lado de Carlos que faz ela deitar sua cabeça no peito dele.

- Problemas?

- Huh Huh. Aparentemente eu causei um apagão no país todo. – Ela explica se sentindo horrível. – Eu só queria te provar que eu te amo também apesar de toda essa loucura que eu acabei te arrastando....

- Luisa, você não precisa ficar assim. Eu não estaria com você se tivesse problemas com o fato de você ser especial. E não sou um desses maridos dos anos 50 que não consegue aceitar o fato da mulher ser uma bruxa....

- Argh, eu também odiava isso! – Luisa concorda balançando a cabeça.

- O fato é simples e lógico. Eu te amo e te amaria se você fosse vampira, lobisomem, fantasma... não importa se você é da Transilvânia, de Narnia ou de Shangrilá. Eu vou te amar acima de qualquer coisa. Além disso, tem outra coisa....

- O que é? – Luisa pergunta olhando nos olhos castanhos dele.

- Você já havia me enfeitiçado antes. – Ele confessa antes deles trocarem um beijo apaixonado.

É, Luisa pensa enquanto eles se beijavam. Ser bruxa tinha suas vantagens.

FIM